
Ao Sr. José, homem dos seus oitenta anos, a "sorte" bateu à porta. A reforma é curta, embora trabalhe desde pequenino. Dos dez filhos que teve, só as mulheres não trabalharam com ele e nenhum foi à escola. Primeiro era preciso colocar comida na mesa, depois, anos e anos no corte do eucalipto com muito frio e muita chuva. Um dia, à soleira da porta de sua casa, inesperadamente, recebe a visita de um estranho:
- "Bom dia!", diz o estranho, "O Sr. por acaso não sabe de alguém que queira fazer fazer aí um "trabalhinho"? É coisa pouca. Colocar uns marcos aqui pela herdade."
O Sr. José, encolhendo os ombros, diz:
-"Hum, não sei. Há por aí muita gente nova, não sei. Parece que trabalho não querem, calhando até faço eu."
O estranho, aflito por não conseguir ninguém que quisesse fazer o trabalho logo se apressou a dizer:
-"Então amanhã passo cá para lhe indicar o trabalho a fazer. Ah, já me esquecia! O Sr. tem uma roçadora?"
-"Sim, tenho."
- Ok! Não se esqueça dela amanhã porque vai ser precisa.
E assim foi. No dia seguinte, ao acercar-se do Sr. José o estranho perguntou:
- "Bom dia mestre Zé. Então vamos ao trabalho? Trouxe a roçadora?"
- "Bom dia!", respondeu ele, "Vamos embora!"
Quando olharam para a roçadora que o Sr. José trazia, o estranho e o seu ajudante arregalaram os olhos. Então aquilo é que era a roçadeira?!