30 de abril de 2010

keyhole beds


Esta é a estrutura base para fazermos as primeiras keyhole beds (keyhole - buraco de fechadura, beds - camas) a formarem um mandala, sobre as quais já tive oportunidade de falar neste post. Lá para Outubro, depois das flores aqui semeadas secarem, irão ser cheias de estrume, até à altura dos troncos, que ficará a curtir. Na próxima Primavera estarão prontas para serem semeadas com uma mistura de flores, hortícolas e plantas aromáticas - uma alfazema e uma arruda que já lá estão. Os troncos utilizados são duma 'mimosa bailadeira' (?) que caiu este ano com os vendavais .

28 de abril de 2010

a morte saiu à rua

cenouras


 [actualização de 19.03.10]
Afinal as cenouras, semeadas depois destas, sempre nasceram. Estão junto do feijão azuki, também ele todo nascido. Depois do desânimo e olhando melhor, as notícias não são assim tão más; o método da Tiny Farm Blog parece ter resultado (desta vez utilizei sacos de serapilheira de malha mais aberta): facilitou muito o trabalho de tirar a pouca erva que nasceu. Daqui a algum tempo desbastam-se ou transplantam-se e temos cenoura.

27 de abril de 2010

micetozoários



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Encontrei-os nas duas camas de feijão e cebola. Tem uma aparência de fungo, mas é um mixomiceto, Fuligo septica, com nome comum de vomitado de cão ou ovos mexidos. As células agregam-se formando um plasmódio (massa de protoplasma sem parede celular, composta por células indiferenciadas. Movimentam-se de forma amebóide na procura de alimento; alimentam-se essencialmente de bactérias por fagocitose. Este organismo desenvolve-se frequentemente sobre mulch, restos lenhosos de árvores, entre elas sobreiros e pinheiros, e material em decomposição. Podem igualmente desenvolver-se no caule e folhas de algumas plantas (ver última foto, mixomiceto junto de um pé de feijão). Sob condições adversas enquistam e podem sobreviver por décadas.

26 de abril de 2010

por detrás do facebook

Faço um pequeno desvio sobre o que habitualmente escrevo neste meu diário mas que vai ao encontro duma experiência recente. Há algum tempo atrás, pouco convencida por amigos, lá me inscrevi no Facebook com o propósito primordial de divulgar e promover o trabalho que desenvolvo no Pó de Lixo. Pensei: ? 'Porque não? Tentar não custa.' Bastou-me uma semana para rapidamente fechar a conta, esquecer que o Facebook existe e perceber que nunca deveria ter entrado. Primeiro porque mergulhei num passado que não queria reviver, ficou para trás, foi importante mas passou. Depois, assisti a este filme que me fez reflectir sobre o grande Big Bother. Não sabemos bem quem é ou quem são mas somos filmados, gravados, analisados...

Por fim, ontem leio esta notícia no Público.

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Sublinhei algumas linhas que me parecem importantes e, se reflectirmos um pouco mais, graves até. Será mesmo "curiosamente" que o Facebook seja um dos serviços com mais medidas de combate ao mau uso da internet ou intencionalmente? Nós, como utilizadores para além de sermos analisados por uma equipa especializada ainda o somos através de algoritmos? Existem amizades no Facebook? Um utilizador/a não pode ter muitos amigos/as do sexo oposto porque isso não é normal? E se for do mesmo sexo? Quem dita o que é normal ou não? O que é um utilizador tipo? Estarei a ser demasiado ingénua,  paranóica ou nenhum do dois? Bom, o certo que me sinto bem por não estar no Facebook.

Nota: De forma alguma sou contra o Facebook ou qualquer rede social em geral. Do que experimentei até me pareceu uma ferramenta interessante, com excelente exemplo como esta página. O que questiono é simplesmente a quantidade de informação, sobre os utilizadores, a que certas empresas podem ter e o facto de tentarem regular ou avaliar comportamentos de forma tão suspeita e pouco regulada.

24 de abril de 2010

Despeço-me...


...das relas, das  rãs, das ervas, dos bichos, do Lugar onde gostaria de viver.
Do desânimo parti para o ânimo (?) e ...

mais dois compostores


Ficaram prontos mais dois compostores como este. Fáceis e rápidos de fazer, com custo zero: não queremos outra coisa! O outro, que aqui estava, coloquei na horta para reconverter numa caixa de batatas. O composto é o melhor adubo orgânico.

Entretanto, ao mudar o composto de um sitio para outro ouvi um som e de repente saltam duas toupeirinhas pequeninas, talvez com 10cm, que rapidamente desaparecem. Voltaram a fazer ninho no mesmo sitio. Bem dissemos que não voltaríamos a revolver o composto, mas tinha de ser. Agora sei que a melhor altura para remexer ou mudar composto é lá para o Verão.

...e outro


Numa folha de erva da palha.

novo habitante

23 de abril de 2010

milho


Hoje foi dia de escolher o milho e plantar. O Sr. Pereira deu-nos um saquinho precioso de uma variedade não transgénica. Chamam-lhe milho partido e quase já não se encontra por aí. Esperamos ter mais sorte agora com a nova sementeira pois a outra não resultou. E não resultou, acho eu, porque o estrume com que fizemos as camas não devia estar curtido e queimou as sementes. Aliás, aqui também está outra possível razão para muita coisa não ter nascido.

flor da rúcula


Em breve dará semente. A rúcula, como tantas outras plantas, nasce "espontânea" se a deixarmos na terra. As sementes que caem, encontrando as condições ideais, germinam e dão novas plantas no ano seguinte.

sementes de couve


Flor da couve, em 17 de Março.

22 de abril de 2010

canto da Rana perezi (rã verde)


Não consegui filmar as bolsas que os machos formam a cantar. Cada vez que via um e me aproximava, subitamente, reinava o silêncio e começavam no outro lado do lago. Vou voltar a tentar, agora que tenho o observatório montado.

desânimo


Foi o que senti, quando aqui cheguei na segunda-feira. O viveiro desapareceu, pouco ou nada há para transplantar; na horta a erva pujante cobria tudo; o grão quase não nasceu; a sementeira do milho, feijão e abóbora está atrasada. Tive vontade de virar costas e deixar a natureza fazer o seu trabalho como bem entende.

canto nupcial das relas

21 de abril de 2010

flor da ervilhaca



Se soubesse que a flor da ervihaca era assim tão bonita nunca a teria cortado antes das plantas florirem. Hoje estaria por aqui um campo lindo cor de rosa, lilás e amarelo (da tremocilha). De futuro já sei o que utilizar como cobertura de solo em zonas que não serão cultivadas ou que simplesmente não têm nada. Além de proteger o solo alimenta-o.

Se quiserem ler mais sobre este assunto podem descarregar gratuitamente, para uso pessoal, um dos livros de Masanobu Fukuoka The Natural Way of Farming: The Theory and Practice of Green Philosophy. Para requisitar uma cópia, via Soil And Health Library, clicar aqui. Versão em inglês.

Nota: Quando se utilizam plantas como adubo verde, manda a tradição cortar-se um pouco antes da floração, pois é nessa altura que a planta está na sua força e com o máximo de nutrientes. Mas entre isso ou manter o solo coberto com cobertura viva, e com flores lindas como esta, inclino-me mais para a segunda opção, não cortar. Provavelmente, no ano seguinte já nascerá espontânea, das sementes que ficam na tera.

relas e rãs


Rana perezi (rã verde)
De regresso â horta decidi "montar" um observatório junto ao lago.
Os resultados foram surpreendentes e inesperados. Vi, pela primeira vez, as rãs e as relas machos no seu canto nupcial; a bolsa que formam quando emitem os sons - as relas uma bolsa sob o queixo, as rãs duas bolsas laterais na linha dos olhos; os sons são completamente diferentes entre umas e outras. Se passarem por aqui amanhã poderão ouvir como são distintos. Lutam pelo território,  tentam acasalar machos de rãs com relas. Uma animação!

18 de abril de 2010

17 de abril de 2010

larva de borboleta da morte


[actualização de 28.10.07]
Finalmente consegui identificar esta lagarta gigante!! Tinha mais de 10cm  e um diâmetro considerável. É uma larva de Borboleta-caveira ou borboleta da morte, Acherontia atropos, uma das maiores borboletas da Europa.

identificação via Flickr por Rui Andrade

'Post' reeditado em  17.04.10 às 22:00h
Por curiosidade, o nome de Borboleta-caveira vem do desenho que se pode ver no seu dorso, semelhante a uma caveira humana, e que está muito bem representado nesta imagem. É uma borboleta nocturna e alimenta-se, no seu estado adulto, de certas flores como o jasmim, folha de tabaco e folha de batata.


Trumbuctário actualizado

Já consegui identificar mais algumas espécies do Trumbuctário. Para visualizar basta clicar em cada uma das imagens acima e ver a vida que há no Trumbuctu. Para uma consulta mais fácil, e caso ainda não tenha reparado, o acesso permanente ao Trumbuctário encontra-se aqui do lado direito, com link directo.

16 de abril de 2010

"a farm for the future"


[actualização de 07.04.10]

"Uma quinta para o futuro", traduzindo à letra. Eu talvez traduzisse como "Uma agricultura para o futuro". Este foi o documentário visionado no seminário sobre sustentablidade, organizado pela Associação de Estudantes da FCUL.

Já tinha assistido ao filme quando fiz o PDC mas gostei muito de o rever, surgem sempre coisas novas ou uma visão diferente da primeira. O debate que se seguiu decepcionou-me um pouco. A beleza e os resultados concretos que se conseguem com práticas de Permacultura não emergiu e pendeu-se para o velho dilema "ciência versus conhecimento empírico".

Ainda assim valeu a pena. O debate clarificou-me sobre algumas questões como a teoria do Pico do Petróleo (Pick oil), a nossa dependência de certos recursos energéticos, as consequências e extensão do fim desses recursos para o planeta. Nunca tinha pensado, por exemplo, sobre o processo de fabrico dos painéis solares. Ingenuamente via em alternativa ao petróleo as energias renováveis sem imaginar a quantidade de crude necessária para construir um painel solar. Ainda estamos longe de produzir energias solar, eólica sem recurso ao petróleo e esta questão, como criar energias alternativas, é transversal à forma de produção de quase todos os recursos energéticos utilizados hoje.

marcha contra o biotério

13 de abril de 2010

obstáculos

Citação

(...) Este texto que estou a reproduzir aqui não é na realidade um conto, mas antes uma meditação guiada, delineada em forma de sonho destinado a explorar as verdadeiras razões de alguns dos nossos fracassos. Permito-me sugerir-lhe que o leia atentamente, tentando deter-se uns instantes em cada frase, visualizando cada situação. (...)

via Contadores d'Estórias

4 de abril de 2010

notícias da horta


imagem de Ana Brigída

Notícia fresquinha trazida da horta. Após a construção do lago, fará em Maio dois anos, surge um novo habitante deste pequeno ecosistema. Uma salamandra da espécie Pleurodeles waltl, se não estou enganada. Comparando-a com esta imagem julgo serem da mesma espécie. Apareceu com dois companheiros mais pequeninos, ao limpar-se o lago.

1 de abril de 2010

plano da horta 0-10


clicar na imagem para aumentar

Este ano a horta tem cerca de 650m2 e as camas construídas vão ser definitivas para outros anos.  Finalmente! E vamos experimentar pela primeira vez as keyhole beds (ver aqui e aqui) para maximizar a plantação diminuindo a área ocupada para o efeito. Com esta opção também conseguimos aumentar a biodiversidade assegurando um (eco)sistema mais estável. Descobri, entretanto, que tenho andado a fazer "camas quentes" - ler sobre o assunto aqui - e não sei até que ponto será boa ideia. Receio que venha s ser demasiado calor para as plantas.

Além disso, não sei como vou encontrar o viveiro quando chegar, tenho tido noticias de grandes banquetes de caracóis na estufa. Só no regresso saberei "quem" sobreviveu, por isso algumas camas estão ainda vazias no plano.