31 de março de 2011

carqueja em flor



Carqueja (Pterospartum tridentatum


Tojo-arnal-do-litoral (Ulex europaeus)


Tojo e carqueja

Ontem fomos dar um passeio pelo pinhal e apanhar carqueja (Pterospartum tridentatum) para chá. É uma planta característica da Península Ibérica e da Região Macronésica (Arquipélagos dos Açores, Madeira, Selvagens, Canárias e Cabo Verde) e floresce de Março a Julho. Forma arbustos com cerca de um metro de altura e era, antigamente utilizada como acendalha. Confunde-se facilmente com esta espécie de tojo (Ulex europaeus), comum nos pinhais e igualmente de flores amarelas que florescem de Fevereiro a Junho. Aliás, na primeira foto coloquei um ramo de tojo dificilmente perceptível, pelo menos a um primeiro olhar.

As flores, secas, utilizam-se em infusão e os ramos na culinária, como o tão famoso arroz de carqueja que provámos em Gouveia, a caminho de Montesinho. A infusão é indicada para problemas digestivos, vesícula e fígado. Contra-indicações: propriedades hipotensoras e hipoglicemiantes.

30 de março de 2011

DIY creme para a barba





Há quatro anos, a idade do blogue Trumbuctu, aconteceu-me o que pensei ser uma enorme desgraça. Não tão grande como outras que vida me trouxe mas, ainda assim, suficiente para me levar a pensar que não me iria levantar. Hoje, quando olho para esse momento, percebo que se não fosse isso provavelmente o Trumbuctu não existiria, não teria mudado a minha forma de estar na vida nem estaria agora em busca deste sonho. Nem tão pouco ontem teria passado um belo dia de Domingo, na cozinha, a fazer experiências caseiras de creme depilatório e para a barba.

Depois de uma primeira experiência fracassada, por interpretação errada de pesos e medidas, parece-me que acertei. Agora é só uma questão de afinar um pouco melhor a receita; a mistura 'coalhou'; de dois frascos e meio ficámos com um (por qualquer razão o volume do creme diminuiu) e deixou de ficar com o aspecto de espuma como mostra a imagem. O feedback que obtive como creme de barba foi: 1) resulta mas tem de ser espalhado com pincel de barba, 2) a consistência deixou de ser a de uma espuma e passou a ser a de um creme, dificultando a passagem da lâmina, 3) a pele fica suave e o creme deixa uma sensação agradável.

Como creme depilatório ainda não experimentei. Fi-lo com o resultado da primeira experiência, em que abusei da cera de abelhas, e a lâmina começou a empastelar, mas resultou. Com este novo creme funcionará melhor com certeza. Depois dou notícias. De qualquer forma, terei ainda que afinar a receita para conseguir uma consistência permanente de espuma.

A receita, via Bright Hub, com alterações pessoais

Ingredientes
60 ml de óleo de coco
28 grs de cera de abelhas
425 250ml de água destilada (acrescentar se necessário)

55 grs de sabão de azeite (usei sabão Casulo, comprado em drogaria)
7 grs de bicarbonato de sódio (suaviza e protege a pele)
125 ml de mel puro
5 gotas de óleo essencial de árvore do chá
5 gotas de óleo essencial de menta (actua como agente de conservação)
2 gotas de própolis

Instruções
Aquecer o óleo e a cera de abelhas em banho maria, em lume brando, e mexer até obter uma mistura clara. Colocar numa tigela larga e deixar arrefecer.

Noutra panela aquecer a água e adicionar o bicarbonato de sódio e o sabão, mexendo até completa diluição. Acrescentar o mel à mistura e mexer. Juntar esta mistura ao óleo e cera de abelhas, agora já à temperatura ambiente. Adicionar os óleos essenciais (opcional) e misturar tudo com uma batedora até se obter uma consistência de espuma. Guardar num recipiente hermético em local seco e fresco. Conserva-se, aproximadamente, por três meses.

Boas experiências! E não se esqueçam de dizer como correu.

❝ ⁉ ❞

Cascavel, Itu, Macatuba, Urra, Adaúfe, Blumenau, Sorocaba, Rio Claro, Presidente Prudente, Bambuí, Chapecó, Passo Fundo, Birigui, Pelotas , Uberlandia , Arapiraca , Piraju, Botucatu , Chopinzinho, Moji-Mirim, Uba 
Lugares do mundo de gente que não conheço. Gosto do nome destas terras e gostava de saber quem são as suas gentes. Visitas que têm vindo a aumentar, consideravelmente, daí a razão deste post, mas o único "rasto" que deixam é uma breve referência no Google Analytics. Não querem dizer quem são? O que fazem? O que gostam? Ao que vêem, porque voltam? Hum?! ";O)

A selecção foi feita principalmente de terras de Vera Cruz porque os nomes me remetem para contos do Gabriel Garcia Márquez mas existem duas de Portugal.

Dou um doce a quem adivinhar quais são!

28 de março de 2011

marcadores para o viveiro



Marcadores novos para o viveiro e para os vasos! Super simples de fazer, e rápido, ultra económicas e podem durar vários anos. São feitas com facas de plástico e escritas com marcador para cd's, resistente à água. Com o tempo, eventualmente, as letras podem começar a desaparecer mas há quem as escreva também no cabo, parte que fica enterrada, garantindo que assim não desaparece.  Podem ser utilizados outros materiais como ripas de persianas de plástico, velhas.

via GardenWeb

Uma excelente actividade a ter com crianças, na altura das sementeiras ou mesmo durante o Inverno (para se terem prontas logo na Primavera),. Podem ser elas a escrever e até colorir e assim aprender nomes dos legumes, das flores, de plantas.

Aproveitámos o quarto minguante para semear em viveiro feijoca, pimento, malagueta, tomate, beterraba, alcachofra, abóbora hokaido, meloa, melancia; já tínhamos semeado, há dias, alfaces, couve chinesa, couve de pé alto, nabos, aipo, segurelha e manjerona.

Boas sementeiras!

27 de março de 2011

mirtilos e morangos




[actualização de 26.02.2011]
A vedação feita com paletes de madeira, em zig-zag, proporciona canteiros versáteis e muito úteis. Os mirtilos ficaram em dois deles juntamente com alguns pés de morango. Ambos gostam de solos com boa drenagem, ricos em matéria orgânica e ligeiramente ácidos -  colocámos mulch de casca de pinheiro. Estão virados a Sul para receberem o maior número de horas de sol na companhia de um pé de tomateiro que por lá nasceu.

25 de março de 2011

hora do planeta

as ervillhas tortas e a primavera


[actualização de 11.03.2011]
Todos me disseram já não ser tempo de semear ervilha, mas a Primavera opera milagres. Até agora não nos temos dado bem a semeá-la no Outono e não faço ideia se iremos ter colheita. Experimentar faz parte dos trabalhos da horta. É certo que estas são ervilhas tortas - comem-se com casca - diferentes da ervilha comum (com as quais também não temos tido muito sucesso) mas vamos esperar que a sorte mude. Desde 2008 que semeamos, sempre no Outono, e os resultados têm ficado muito aquém das nossas expectativas.

24 de março de 2011

árvore






A semente dorme na
placenta, húmida, da
Terra. Mas começam a
percorrê-la murmúrios
de água e Primavera.
Torna-se raiz e caule,
que irrompe da sua
prisão sem luz para
beber os ventos e a
claridade do dia. O
tronco firma-se como
um mastro e caminha
para os céus, claros,
num apelo a ninhos.
Em breve, brevezinho,
desfralda-se em ramos
e folhas que atraem
uma floração de asas e
de cânticos. E a árvore
começa a ser, a dar e a
permitir vida.

Luísa Dacosta

Agradeço ao Pinto Pançudo ter-me dado a conhecer este poema. Estão assim as árvores da nossa horta, floridas. Nectarinas (Prunus persica), figueiras (Pingo de Mel e Figo Preto), as ameixeiras e as laranjeiras, ainda carregadas de laranjas. Outras, "em breve, brevezinho (...) começam a ser, a dar e a permitir vida"

12 de março de 2011

boldo-da-terra


Plectranthus barbatus

Boldo--da-terra, boldo-de-jardim ou falso boldo (Plectranthus barbatus). Falso porque o que normalmente é utilizado como planta medicinal é o boldo-do-chile (Peumus boldus), uma árvore . O boldo-da-terra, originário de África, é um arbusto perene que pode atingir de um a dois metros de altura. Ambos têm propriedades semelhantes mas efeitos colaterais diferentes.

O boldo-da-terra é uma planta bastante resistente mas muito sensível às geadas. Tivemos oportunidade de o constatar quando nos ofereceram estas mudas, no período das fortes geadas que se fizeram sentir em Fevereiro. As plantas quase morreram, as folhas queimaram e todas elas pareciam definhar. Estão agora cheias de folhas novas.

Esta é uma planta que se propaga por estaca e desenvolve-se melhor em pleno sol. Como a parte utilizada são as folhas retiram-se as inflorescências para se obter uma planta mais volumosa, com mais folhas.

O chá utilizado é feito normalmente com a maceração das folhas e não deve ser tomado por longos períodos de tempo. Quando tomo chá com propriedades medicinais costumo tomar durante 10 dias e só retomo, caso necessário, no mês seguinte.

♥ ♥ ♥

À rasca, uma geração sem idade. Não são só os jovens que estão à rasca mas muitos de nós, já menos jovens e outros menos ainda, numa idade em que mereciam ter já alguma tranquilidade e segurança. O Trumbuctu representa a minha visão da vida, como a sinto; um lugar que me deixa feliz. Mas existe um outro que poucas vezes mostro aqui, faço-o agora, e por ele vou estar no protesto. Vamos. Por nós, pelos outros e por todos os direitos que nos têm sido negados.

O percurso pode ser visualizado aqui. Mais informações no Protesto da Geração À Rasca.

Para melhor compreender o que se passa, económicamente, no Mundo ver a Verdade da Crise (Inside Job)

11 de março de 2011

ervilha torta


Ervilhas germinadas em três dias.

Chegou a hora de preparar a terra para as ervilhas tortas. Neste momento não temos nenhuma cama pronta e decidimos fazer um canteiro para as semear.

10 de março de 2011

mocho galego


Fotografia do site Aves de Portugal

Todos os dias, no cair do crepúsculo, o escutamos, o Mocho Galego. Gostamos destes sons que nos ligam à terra, que nos remetem para os ciclos naturais do dia, do ano, tranquilos. Depois dele, e agora nesta altura do ano, ficam as cigarras e as rãs.

9 de março de 2011

cera de abelhas


Hoje foi dia de mercado e lá fui, falar com o apicultor sobre abelhas. Perguntar-lhe sobre a viabilidade de termos abelhas aqui neste lugar. Explicou-me porque as colmeias são pintadas de cores diferentes, é uma das formas de as auxiliar a distinguir a sua própria colmeia; como é que elas se orientam para a identificar, através de vários círculos no ar até registarem a localização correcta - a partir daí, desde que não se mude a posição da colmeia, elas saberão sempre onde a encontrar; explicou também como se faz o transporte das colmeias para outros locais, de forma a obter-se diferentes tipos de mel - a colmeia fica quinze dias no mesmo sítio, depois de mudada - tempo necessário à abelha para se adaptar. Muito mais ficou para conversar. Num outro dia de mercado ou, talvez, numa visita à 'casa das abelhas'.

Quanto a termos algumas por aqui, não aconselha. No mínimo um hectare de terreno, em local distante de casas, onde elas possam estar tranquilas.  A conversa decorreu entre o olhar desconfiado do apicultor (porque quer esta saber sobre abelhas) e ao mesmo tempo cintilante, expressão da sua paixão por estes seres tão pequeninos mas tão importantes. No final a desconfiança transformou-se num firme aperto de mão. Despedi-me, trazendo comigo cera das suas abelhas para experimentar fazer batom de cieiro e creme para as mãos ":O)

semente de urtiga


Estivemos a preparar as urtigas, já quase secas, para embalar e guardar. Ao esfregá-las, para quebrar as folhas, 'milhões' de sementes caíram. Foi a primeira vez que vi sementes de urtiga sem ser na flor e no fim do trabalho foram lançadas à terra. No próximo ano teremos urtigas nascidas noutro local ":O). A urtiga é das plantas silvestres que mais gosto, pelas suas inúmeras aplicações e propriedades.

5 de março de 2011

bzzzzzzz


© Design*Sponge

Em tempos conheci um apicultor, numa feira mensal local, a quem costumo comprar o mel e o própolis. Falei com ele e ficou agendada uma visita ao seu monte para conhecer mais de perto esta arte de criar e tratar das abelhas. Tenho andado a ler sobre o assunto e a descobrir coisas fascinantes. Uma delas foi como se faz, por exemplo, mel de rosmaninho; levam-se as colmeias para matos de rosmaninho e aí ficam até se poder extrair o mel.

Um dia vou querer ter meia dúzia de colmeias. Até lá vou fazer uma pequena experiência e construir uma "casa para abelhões",  ideia que irei pesquisar um pouco mais a fundo.

Amanhã é dia para começar novas experiências DIY e trocar sementes com o Sr. António. Será ele quem me irá dar ums pés de tomate, semente por ele apurada, e uns pés de batata doce. Levo-lhe tupinambos, sementes de tamarilhos e ainda vou ver o que encontro no baú do tesouro para lhe levar.

4 de março de 2011

3 de março de 2011

pulgas, carraças e outros sugadores

Chegou o tempo deles com os primeiros dias calor, pelos menos das carraças; as pulgas sobrevivem o ano todo e os mosquitos só chegarão lá mais para o Verão. De outros não falarei, multiplicam-se diariamente a um ritmo assustador "::O)

Como estamos em maré de soluções DIY (Do It Yourself ou Faça Você Mesmo) volto a este post que escrevi, em Julho do ano passado, sobre o óleo de Neem. E quem tem animais, cães e gatos, poderá ter particular interesse em ler ou reler. Para os mais impacientes destaco aqui duas receitas muito simples para afastar os inoportunos, e às vezes perigosos, sugadores:

Spray repelente de insectos

Para 1/2 litro de água a uma diluição de 1%

5 ml óleo de neem
2 ml sabão neutro (sabão casulo, por exemplo)
0.5 litro de água quente

Misturar a água quente com o sabão, depois adicionar lentamente o óleo e ir agitando vigorosamente. Introduzir a mistura num frasco vaporizador e usar de imediato. A mistura só deve ficar armazenada até oito horas, pois começa a perder propriedades. Podemos utilizar em nós e nos animais, embora para os gatos seja preferível a utilização das folhas.

Champô (para cães e gatos)

Utilizar a solução descrita acima como champô ou adicionar o óleo de neem ao champô habitual (de 1ml a 5 ml de óleo para 100ml de champô - 1ml, preventivo; 5ml se houver infestação.

abelhão


Bombus melanopygus (se não me engano)

Após alguma pesquisa fiquei fascinada com o que li sobre a importância das abelhas e o que aprendi sobre o processo de polinização. Em cima, abelhão a polinizar uma flor de couve, um trabalho com milhões de anos. As bolinhas agarradas às patas traseiras são as polínias, uma massa cerosa constituída por grãos de pólen e uma substância viscosa e transparente presente nos estames de algumas flores. Durante o processo de polinização a polínia fica presa ao corpo do polinizador sendo depois 'capturada' pelo estigma de outra flor da mesma espécie (ou não), visitada pelo polinizador, ocorrendo assim a fecundação. A polinização, neste caso, permite a formação de sementes, com elas nova sementeira e a preservação da variedade genética, neste caso, destas couves deliciosas. Compreende-se assim a importância dos insectos, em particular das abelhas, na preservação da biodiversidade e da agricultura. Sem elas pouco ou nada teríamos para comer.

A ler, um artigo do DN Ciência Polinização das abelhas está a perder intensidade