24 de março de 2011

árvore






A semente dorme na
placenta, húmida, da
Terra. Mas começam a
percorrê-la murmúrios
de água e Primavera.
Torna-se raiz e caule,
que irrompe da sua
prisão sem luz para
beber os ventos e a
claridade do dia. O
tronco firma-se como
um mastro e caminha
para os céus, claros,
num apelo a ninhos.
Em breve, brevezinho,
desfralda-se em ramos
e folhas que atraem
uma floração de asas e
de cânticos. E a árvore
começa a ser, a dar e a
permitir vida.

Luísa Dacosta

Agradeço ao Pinto Pançudo ter-me dado a conhecer este poema. Estão assim as árvores da nossa horta, floridas. Nectarinas (Prunus persica), figueiras (Pingo de Mel e Figo Preto), as ameixeiras e as laranjeiras, ainda carregadas de laranjas. Outras, "em breve, brevezinho (...) começam a ser, a dar e a permitir vida"

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