30 de agosto de 2010


Esta é a vista que tenho, daqui onde me encontro sentada. Agora, neste preciso momento. Com o som do mar ao fundo e uma certeza quase absoluta de que é na natureza que quero estar, é com ela que quero trabalhar e através dela partilhar quem sou. Aqui ou em qualquer outro lugar.

Na minha adolescência o meu ídolo era Jack Karouak e o meu livro favorito "On the Road" (Pela estrada fora). Viver no meio das montanhas, viver com as montanhas, vir a ser um dia guarda florestal. Foi nessa altura também que conheci a Serra do Gerês, de São Pedro do Sul e outras que se estendiam ao longo do rio Zêzere, num triângulo mágico formado por Arganil, Pedrógão e Castanheira de Pêra. Olhava para as casas  dos guardas, na altura a maioria ainda em bom estado de conseração, e sonhava. Imaginava-me a viver ali, num pontinho branco no meio da montanha e do verde.

Pouco tempo mais tarde, já em Espanha, rumámos a Saragoça, perto de Ainsa, a uma aldeia chamada Laspuña. Daí partimos para o Parque Natural de Ordesa y Monte Perdido subindo a 3.000 metros de altitude. Foi uma viagem inesquecível.

Cheguei mesmo a tirar um curso de arboricultura, assim designado na altura. Não sei se hoje tem este nome. Durante alguns meses deslocávamo-nos todos os dias a uma quinta, na sala, de vez em quando, apareciam ratos mas nenhum de nós se importava. Apesar de ter sido uma época conturbada da minha vida sentia o gosto da liberdade.

3 comentários :

Unknown disse...

Você tem uma vista linda. E com o som do mar, esse som é música pra qualquer ouvido. Aproveite.

Joba disse...

Bom, parece-me que já estamos no bom caminho. Essa história de ser eremita, tem muito que se lhe diga, mas hoje, com a tecnologia que existe, consegue-se perfeitamente viver isolado, no meio da natureza com acesso a tudo.
Existe uma famosa marca de relógios que diz, mais coisa menos coisa, no seu slogan publicitário " O tempo é aquilo que nós fazemos com ele...perfeito. oresto são estórias de uma civilização caduca.

Trumbuctu disse...

Não há outro caminho se não caminhá-lo. E assim como o tempo, só agora pareço compreender, os caminhos também são aquilo que fazemos deles.

Sempre amoroso Júlio.

Obrigada a ambos.