22 de maio de 2011
ervas daninhas, uma outra perspectiva
Ainda não conseguir deixar de arrancar ervas daninhas da horta. Embora a maioria do solo esteja coberto, acabam sempre por nascer junto das plantas cultivadas. Demoram mais tempo a despontar, a maioria delas é erva da palha e não me preocupa muito retirá-las porque as raízes estão fora do solo. Hoje passei a tarde a tirar essas ervas e a limpar as camas; o facto de andar quase de rosto colado ao chão permite-me, muitas vezes, encontros como este: uma joaninha numa folha de chicória, não sei a fazer o quê. Parece uma espécie de casulo (??)
Existe uma erva por cá, daninha, daninha, daninha ... o escalracho, que se estende pelo terreno a uma velocidade vertiginosa. Fura o cartão, insinua-se pelas pedras, rompe qualquer cobertura que coloque para o abafar. Bom, neste momento preciso de travar o seu avanço na horta mas, entretanto, decidi procurar com mais afinco uma outra forma de olhar estas ervas.
Segundo Geoff Lawton, permacultor e director do Instituto da Investigação de Permacultura da Austrália, a solução está no solo. Segundo ele, as ervas daninhas são simplesmente plantas que se encaixam em nichos particulares do solo, onde as suas sementes encontram as condições ideais para germinar. Ou seja, só germinam se lhes dermos as condições certas. Se alterarmos essas condições as suas sementes não germinarão. Por exemplo, em solos queimados nascem ervas ricas em potássio (mineral resistente ao fogo); em solos compactados nascem plantas com raízes profundas como o dente-de-leão; num solo demasiado trabalhado nascem plantas com sistema radicular fino e denso, que permite a agregação das partículas soltas do solo; por fim, num solo desgastado nascem plantas fixadoras de nitrogénio. Talvez por isso feijões e ervilhas se desenvolvam tão bem em solos pobres.
A solução está em reequilibrar as condições e estrutura do solo. Isso consegue-se, ainda segundo Geoff Lawton, incorporando matéria orgânica no solo - composto de boa qualidade. As ervas não germinam em composto de boa qualidade. Um bom exemplo desta outra perspectiva são as florestas comestíveis - forest gardens - sobre as quais um dia falarei aqui.
via Ecofilms
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3 comentários :
Não sei se será mesmo assim!?
No meu quintal sei muito bem de onde vem o escalracho.
Vem do jardim da minha vizinha, bem o vejo a romper do muro e por baixo dele, mas nem digo nada para não me indispor, lá vou arrancando e tendo paciência.
bj eugénia
Se o escalracho não encontrar as condições ideais para se desenvolver no seu quintal ele acaba por morrer, e isso acontece com qualquer erva. É a lei da natureza ":)
E a propósito, Eugénia, como vai a sua horta?
Aqui está um filme que elucida bem o problema que temos aqui. Já tenho tapado com manga preta mas ele parece desenvolver-se na mesma, só menos do que exposto ao sol. Há tempos li um estudo feito sobre a monda térmica e utilizavam plástico transparente. Pareceu-me uma boa opção, a curto prazo. Mas recuperar os solos será, na minha opinião, a solução de longo prazo.
Penso que é um mal geral... eu também não consigo dar conta,tenho manta preta tipo ráfia mas mesmo assim ele fura-à ... é muito dificil.
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